sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Gareca mostra que a base do Palmeiras tem valor

Gabriel Fernando já treina com os profissionais

Uma das características do novo técnico do Palmeiras, o argentino Ricardo Gareca, é saber pinçar jovens das categorias de base. Fez  isso no Velez Sársfield, seu trabalho que teve mais visibilidade no Brasil, sobretudo por meio da Copa Libertadores. No clube alviverde, começa a dar sinais de que vai repetir a fórmula. Embora a "mídia especializada" foque mais nos gringos que tem sido contratados, Gareca vai trazendo e dando oportunidades a alguns garotos antes completamente escanteados. Com Gilson Kleina, o popular Golfinho, e Felipão não havia possibilidade de algo nesse sentido.

Quem tem visto as boas partidas de Victor Luis já nota a proposta do treinador. Na reserva dele, poderemos ver o ótimo Matheus Müller, figura carimbada das seleções de base. Renato e Erik ganharam suas chances e até agradaram. Mas os talentos, as "estrelas" da base palmeirense ainda precisam ingressar na equipe e não deve tardar a acontecer. Eduardo Júnior, o Juninho Balaca, destaque do sub-20 em 2013, chegou a entrar no segundo tempo de jogos recentes. Pela qualidade, precisa de mais minutos para mostrar o que sabe e, com um punhado de jogos nas costas, podera vir a saber. É um legítimo camisa 10. 

Outro destaque é meia-atacante Vitinho, de algumas boas passagens pela seleção brasileira sub-17. Talvez, esteja verde demais para o momento profissional (até por ser um "98"), porém tem totais condições de estar no grupo da Copa São Paulo 2015 e, de acordo com sua evolução, ir ganhando espaço com o gringo (extremamente parecido com Sérgio Augusto Bustamante, o Serguei). Faz parte da boa equipe que disputa o Paulistão da categoria juvenil. Só que o grande destaque palmeirense na base na atualidade, sem dúvida, é Gabriel Fernando, o garoto prodígio dos dribles e dos gols. Fazia algum tempo que não me impressionava com um talento da base como com esse rapaz.

O que podemos falar de Gabriel? Talento puro, rompedor, um goleador de média quase 2,5 por jogo no Paulista Sub-17. Mas não basta fazer os gols, e muitos "empurradores de bola" já o fizeram na história da competição. Quase todo gol dele é golaço, com drible no goleiro, chapéus, velocidade na vertical, tem uma marca, uma assinatura, tem, também, um pouco de marra, balaca e outros atributos muito "nossos". Não por acaso, Gareca já trouxe para observá-lo nos treinos dos profissionais e fez elogios pela personalidade que demonstrou.

Meus irmãos, essa história de que "a base do Palmeiras não existe, exceto para goleiros" não tem sentido algum. Há muitos bons jogadores ali. Basta que o "piloto de rally" Paulo Nobre faça sua parte e ofereça chance para que se crie uma política de transição desses valores. Contratar profissionais com perfil de educador - e não barnabés ou sargentões. Com o excelente Ricardo Gareca, as chances dessa possível política vingar aumentam cada vez mais. Caso a adote, mais garotos talentosos irão procurar o clube, sabedores de que poderão ter oportunidade e sequência no clube. O Santos, principalmente, colhe muitos frutos com isso.

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